SIMILESCÊNCIA

Curvas côncavas se juntam

Meias-luas também, e eu

Fico preso nestas circunferências

De infindáveis labirintos sem canto.

Dou voltas de 360º no círculo, e em mim

Não acho inferência de onde está o fim.

Perdido nesta bolha, enclausurado e enlouquecendo

Não acho sequer uma ponta desconexa para bater a cabeça.

Padeço neste orbitante lugar redondo

De rotação para o mal, sua vil similescência

Vai de encontro às armadilhas do meu pensamento.

Não há escapatória, porta de saída, uma vez que,

Não se foge do mundo, a não ser pela morte,

E nem do pensamento, deste, nem com a morte.