Minha sensualidade
Maria Antônia Canavezi Scarpa
Por que escondi,
tanto tempo a minha sensualidade?
Que de repente veio a tona grandiosa
expondo minhas vértices, revelando, que ainda posso,
ultrapassar os meus anseios de mulher;
atravessando fronteiras áridas
que o tempo hormonal limitou...aprisionando
uma libido ardente, no seu ápice,
fortemente atada a grilhões convencionais.
Propositalmente me esqueci de sua essência
cansada talvez, de persuadir minha razão
à aceitar a sensibilidade, que com ela,
tornaria a aflorar em minha vida
a fêmea angustiada, que guardara em mim,
queria sair, cansada de ser tolhida
em seus desejos e necessidades,
quase que insanamente,
fazendo-a acreditar, que não teria volta.
Foi um grande engano que cometi,
detendo minha lascívia impetuosa
para que esmorecesse suas funções precocemente
induzindo-a fenecer antes do tempo,
privando-a de derramar a seiva vigorosa,
que ainda vertia em minhas entranhas segregadas.
Ah! Ainda bem que renasci.
Venci essa luta decisiva, fui imperiosa.
Ressurgi viçosa, na plenitude que mereço
reatei minha dignidade,
ao romper as fortes amarras
que me atavam ao frescor do dia;
elevando minha auto-estima à condição,
de égide aos preconceitos...decidida,
fui reativando tudo em minha sensualidade,
tão injustamente esquecida.
Hoje, sou novamente, uma MULHER.