Minha sensualidade

Maria Antônia Canavezi Scarpa

Por que escondi,

tanto tempo a minha sensualidade?

Que de repente veio a tona grandiosa

expondo minhas vértices, revelando, que ainda posso,

ultrapassar os meus anseios de mulher;

atravessando fronteiras áridas

que o tempo hormonal limitou...aprisionando

uma libido ardente, no seu ápice,

fortemente atada a grilhões convencionais.

Propositalmente me esqueci de sua essência

cansada talvez, de persuadir minha razão

à aceitar a sensibilidade, que com ela,

tornaria a aflorar em minha vida

a fêmea angustiada, que guardara em mim,

queria sair, cansada de ser tolhida

em seus desejos e necessidades,

quase que insanamente,

fazendo-a acreditar, que não teria volta.

Foi um grande engano que cometi,

detendo minha lascívia impetuosa

para que esmorecesse suas funções precocemente

induzindo-a fenecer antes do tempo,

privando-a de derramar a seiva vigorosa,

que ainda vertia em minhas entranhas segregadas.

Ah! Ainda bem que renasci.

Venci essa luta decisiva, fui imperiosa.

Ressurgi viçosa, na plenitude que mereço

reatei minha dignidade,

ao romper as fortes amarras

que me atavam ao frescor do dia;

elevando minha auto-estima à condição,

de égide aos preconceitos...decidida,

fui reativando tudo em minha sensualidade,

tão injustamente esquecida.

Hoje, sou novamente, uma MULHER.

Tília Cheirosa
Enviado por Tília Cheirosa em 22/07/2007
Código do texto: T575350
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.