Versos Épicos

Os ogros avançam, nossa pequena casa

Não vai aguentar o violento ataque -

Teremos de fugir ao humano bivaque,

Mas, para sobreviver, antes à batalha!

Martins empunha sua espada sagrada,

Herança de família, destino cumprido;

Eu procuro em um canto meu bastão comprido,

Contusão no inimigo é vitória sem falha!

Ogros se aproximam, ponho-me a rezar;

Martins atenta aos passos dos monstros ferozes;

Abro os meus olhos, vejo-os, são velozes,

Deus esteja conosco, hora de lutar!

Abrimos a porta, o espaço aberto

Será melhor para o sangue que vai jorrar,

Rostos assassinos, também nosso olhar,

Muitos morrerão mas resultado é incerto!

Martins dá um salto quando a poucos metros

Já está o primeiro, agora cortado,

Único golpe finalizou o coitado,

Mas nos vem a seguir um par de octetos!

Corro à frente, não posso ficar parado,

O nariz de um eu quebro sem hesitar;

Então em um giro para matar

Ele está morto - destino de soldado!

Martins contra dois, pensaram que a pegaram

Mas a honrada guerreira não foi vencida:

Decepou o primeiro pela sua vida,

Amputou o segundo, seus braços voaram!

"Atrás de você!", gritou a minha esposa,

E como em hélice acertei mais outro,

Obrigado, querida, essa foi por pouco,

Mas não há tempo pra conversa mais latosa!

O ogro que salta sobre a paladina

Perfura com as garras o seu companheiro,

Escudo de carne, jeito traiçoeiro,

Mas faria de tudo pela sua vida!

Só foram cinco, uma dúzia é o que falta,

Pensava eu nisso quando fui atingido;

Sangraram-me as costas, mas não foi meu o grito:

Foi Martins assassinando mais um da malta!

Agradecido mas muito enfurecido

Pela dor em um outro eu descarreguei;

Foi seu olho esquerdo que eu acertei,

Resto do corpo ficou no chão estendido!

Mais uma dezena, mas não baixou a guarda,

Martins foi quase pega pelo seu pescoço,

Mas para vingar-se cortou o horroroso

Pela garganta - uma guerreira inata!

Minhas costas ardiam mais a cada golpe,

Os quatro de agora estavam fortes demais;

Novamente surgiu a guerreira da paz,

Dois deles matou sem chance de contragolpe!

Dos outros dois monstros eu consegui cuidar,

A cabeça era sempre o alvo mais certeiro,

Ambos destruídos, eu já me sinto cheio,

Mas se parar agora eles vão nos matar!

Agora eram cinco, já passou o difícil,

Não fosse o maior deles forte demais;

Partiu meu bastão ao meio fazendo ZÁS

Lutar desarmado eu acho impossível!

Martins não descansava, outro derrotou,

Aquele que matou o próprio companheiro;

Para cima dela então mais outro veio,

Feriu-lhe o braço, ela quase chorou!

Com duas estacas, tinha de fazer algo,

Furei a barriga do que a machucou;

O olhar mais bonito ela me lançou...

Permiti o meu rosto dar sorriso largo!

"Querida, só mais três, nós somos campeões,

Nós vamos conseguir ficar juntos, unidos";

Eu admirei os seus cabelos bonitos

Enquanto sua espada cortava mais dois!

"O último agora, deixa esse comigo",

Corri para ele mas fui surpreendido;

Era mais forte, tomei murro no ouvido,

Não podia perder para esse inimigo!

Martins, agitada, foi para cima dele,

Atacou pelas costas, mas não atingiu;

O monstro defendido a ela sorriu

"Como é fedido o bafo que ele expele!"

Mas recuperado, furei o seu pescoço,

"Não toque nela, maldito, nojento monstro!"

O ogro caiu, olhamo-nos um ao outro,

"Muito obrigada, ó meu querido moço."

Demo-nos as mãos, nós vamos sobreviver,

Fomos feridos mas estamos ambos vivos,

Olhei os seus olhos, beijei-os, tão bonitos...

"Será ao seu lado que eu irei morrer!"

7/9/2016

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 07/09/2016
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