Dias e Noites
Tenho poesia nos olhos
E uma desiternidade na alma
Vivo solto entre mim e os espaços
E desgosto da pressa das cidades
Tenho uma horta onde planto
Os dias e as noites
Tenho palavras ainda novas
E um desinteresse na alma
Risco o céu de outras cores
E deito para sonhar tranqüilo
Tenho um pé de vento preso
Na ponta do esquecimento
E algumas horas de puro não
Eu tenho uma alma incompleta
De uma cor que ainda não foi dita
Quanto aos dias e as noites
A Deus pertence, eu só os rego
Milton Oliveira
19.12.12