INEXPLICÁVEL
INEXPLICÁVEL
Creio que os deuses nunca tiveram coerência
Creio que o sol nunca explicou a contento
aquele cochilo
numa tarde de intenso verão
As lutas nunca teceram explicação
O vento derruba o que quer
Leva a Maria
o que é de João
Arranca roupas do varal
Faz a maior confusão
O mar quase sempre contemplado
sequer se julga culpado
quando arrasta vidas da terra
E nós
por pura distração
confundimos vales com serras
E hoje vejo gente dizer
que não gosta de gente
Já duvido agora
até do que seja o frio e o quente
E para não me congelar,
Nem tão pouco me queimar
Digo agora só pra viver:
nada sei explicar...