SOBERBA
A pressa e a chuva
me revelaram você
e procuro as rosas
cuja pérola da espuma
da tua pele nasce
Os letreiros das boates
apontam-te a passagem
soberba como um símbolo
de automóvel de luxo
degolando os sonhos dos mendigos
O sexo espalha chamas
no jardim para encanto
dos pássaros pousados
nas moedas erguidas
do corpo arfante da mulher
Aqui o chão está marcado
pelos números que juntos
ecoam-te o nome, o nome
teu cujo sexo
é meu leito de vampiro
Entre o sonho e a orgia
bebo a água da nascente
e recebo-te o sexo
com a fúria
de um agiota pelos juros
Não há remédio
o sexo é bandeira
o amor república