SUSSURROS DA LUA

Nublou-se a verdade dos meus atos

Pela mentira que plantei no teu coração.

Correntes de chumbo me atam a grilhões

Do invólucro das tuas incertezas justificadas

Saíste da minha perniciosa órbita de elipse,

De planeta virei um pedaço qualquer de rocha.

Freme a flor encrespada no alto da montanha

Querendo atirar-se ao salgado mar virginal.

Estúpido rompi o hímen da segura confiança.

Não há sussurro que a lua possa soprar lá das estrelas

Que vá consertar aquilo que eu quebrei em nós.

Rastejo pela minha imoralidade, perdão amor, perdão.

O rio que flui de mim não conteve sua vazão de loucura

E na minha desenfreada enchente afoguei nossa relação.

No canto escuro do quarto chora a poesia,

A perdida poesia deste desfecho de pontas desfeitas.