O TRENZINHO QUE EU VI
Maria de Fatima Delfina de Moraes
Caixinhas enfileiradas,
uma atrás da outra,
numa marcha comportada.
Em qual estrada de ferro?
As dobras do lençol...
Um menininho sorria!
E vez por outra, eu ouvia:
Piui, chic, chic ...
Dentro de uma das caixas,
recortada com cuidado,
pela mãe que estava ao seu lado,
haviam várias tampinhas
- remédios por ele tomados.
E o menininho sorria!
Inocente e feliz,
sem saber que sua vida,
estava de fato, por um triz.
Foi quando olhei para o céu
e a Deus agradeci
por ter a grande alegria
de ver meus filhos saudáveis,
que muito me fazem sorrir...
Em oração, contemplava a cena
e ao fundo, somente a canção:
Piuí, chic, chic, piuí.
Esta é uma forma poética de contar uma história real de um menino de nove anos, que tinha câncer e que conheci no Hospital Mário Kroffer, no Rio de Janeiro.