Meus Eus

Eu que sei pouco de mim

Me olho no espelho e nada vejo

Porque nada do que está refletido

Sou eu de verdade...

Sou tão profunda que não me alcanço

Talvez por isso viva me cavando

E quanto mais me cavo

Menos me conheço

São tantas perguntas sem respostas

São tantas dores mudas

São tantas as palavras duras

Que guardei para não dizer

São tantas as implosões

Escondidas no fundo da alma

Que às vezes escorrem lavas

Desses invisíveis vulcões...

Às vezes pulo em precipícios

Para escapar dos vícios

Que eu mesma inventei

Às vezes alço voos inalcançáveis

Em viagens intermináveis

Através dos eus que criei...

Sou tantas que não consigo

Reunir todas de uma só vez!

E assim vou atravessando desertos

Conhecendo universos

E criando minhas próprias leis!

Ane Rose
Enviado por Ane Rose em 04/09/2016
Código do texto: T5749588
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