sombra mar
eu me dou em janelas escuras
onde noduas infinitas almoçam
meu corpo, o delírio pousa nos
meus braços e me conta coisas horríveis,
não me ponho sozinho nesse calabouço
de desprezo, sei que nesses muros outros
andarilhos são comidos por toda sorte
de medo, se a coragem pousasse no
meu peito, e essa couraça, tão bem
trançadas numa vida bem dormida,
cedesse ao encanto de algum rio, entretanto
o excesso de água pode romper uma
civilização e eu gosto de algumas
ilhas dessa sombra que se faz de mar