sombra mar

eu me dou em janelas escuras

onde noduas infinitas almoçam

meu corpo, o delírio pousa nos

meus braços e me conta coisas horríveis,

não me ponho sozinho nesse calabouço

de desprezo, sei que nesses muros outros

andarilhos são comidos por toda sorte

de medo, se a coragem pousasse no

meu peito, e essa couraça, tão bem

trançadas numa vida bem dormida,

cedesse ao encanto de algum rio, entretanto

o excesso de água pode romper uma

civilização e eu gosto de algumas

ilhas dessa sombra que se faz de mar

Andrade de Campos
Enviado por Andrade de Campos em 03/09/2016
Código do texto: T5749407
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