Pequenas Delicadezas

Minha palavra é pouca

E a guardo no bolso

Como os mais antigos

Que trazem um lenço

Para precisão ou pequenas delicadezas

Minha palavra é quieta

Morna e azulada

Amanhece ao meu lado

E me faz olhar no espelho

Todos os dias

Sem desesperos miúdos

Sem medo do que chamam de futuro

Minha palavra ás vezes

Queima-me as faces

E coloca-me musas

A atiçar meus silêncios

Minha palavra mistura-se

Ao meu sal e ao meu açúcar

E disso tudo surge

O que chamo de poesia

Não é maior que nada

Não é menor que tudo

É

Milton Oliveira

23.04.13

milton antonios
Enviado por milton antonios em 02/09/2016
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