Pequenas Delicadezas
Minha palavra é pouca
E a guardo no bolso
Como os mais antigos
Que trazem um lenço
Para precisão ou pequenas delicadezas
Minha palavra é quieta
Morna e azulada
Amanhece ao meu lado
E me faz olhar no espelho
Todos os dias
Sem desesperos miúdos
Sem medo do que chamam de futuro
Minha palavra ás vezes
Queima-me as faces
E coloca-me musas
A atiçar meus silêncios
Minha palavra mistura-se
Ao meu sal e ao meu açúcar
E disso tudo surge
O que chamo de poesia
Não é maior que nada
Não é menor que tudo
É
Milton Oliveira
23.04.13