NÃO ESTAVAS

NÃO ESTAVAS

Hoje não estavas

Sentado naquele mesmo banco

Com o livro entre as mãos

A praça me pareceu triste

As pombas sabe-se lá por que

Não arrulhavam

Os bem-te-vis não se viam

O silêncio não fazia barulho

A igreja estava de portas cerradas

Não era noite mas parecia

Que tudo estava escuro

No mínimo cinza

Mesmo que o céu estivesse azul

O banco não estava marcado

Estava só pó

Que talvez fosse o teu

Que Deus te deu

E agora logo estará voando

Lendo outros livros

Lavando a alma

E molhando meus olhos

Que já não te vislumbram

Mas sentem teu brilho

Que jamais se apagará

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 02/09/2016
Código do texto: T5747857
Classificação de conteúdo: seguro