O TEMPO DO TEMPO.
Arrumando meu armário, encontrei em um canto escuro, esquecido e guardado, provas gravadas do tempo em que eu era feliz.
O tempo entre esse tempo e a realidade atual em que vivo, não sei precisar.
Depois que ela se foi, peguei tudo, guardei tudo, para não ver e ouvir mais o seu doce sorriso, sua delicada voz, seus encantos, seus olhos claros que me fitavam, como a me hipnotizar e aprisionar a minha alma.
A saudade bateu mais forte em meu coração: toc, toc, toc, deixa eu entrar? Aturdido, sem ter tempo para responder, ela invadiu e se alojou em mim, como um espinho que se crava em qualquer parte de um corpo.
Sem fôlego e sem forças, ainda tentei balbuciar: saudade, por favor, vai embora, não quero e nem posso mais sofrer! Contudo, ela parecia não me ouvir, teimando em permanecer agarrada, entrelaçada, misturada, querendo fazer parte integrante de meu ser, de meu eu.
Enquanto revia a fita, que me relembrava o tempo em que eu era muito feliz, furtivas lágrimas teimavam em descer, banhando meu rosto triste.
Fechei meus olhos, pedi muita força ao MEU DEUS, e de um impulso só arrumei tudo e guardei esse tudo de volta a um outro canto escuro, sem saber o que fazer com aquilo que me fez feliz no passado, triste no presente e não sei o que me fará no futuro...