Amanhecer

São a essas guerras que não me proponho

Meus silêncios veem de dentro dos meus ossos

Olhar da janela e te ver ir embora todos os dias

Todos os dias remo a maré. Agora mesmo sumi

As tardes são feitas de folhas secas e chás

E olhar descabidamente os antigos retratos

E ver-se lá e não se ver em outro lugar

Que senão no esquecimento. É um luxo

Poder se esquecer sobre a cama.

São a essas guerras que não me gasto

A felicidade é uma questão de ótica

E cegueira.

Amanhece e eu te vejo indo embora

Religiosamente todos os dias

Mal chega o dia e já penso na noite

Preciso de descanso, preciso de sonhos

Milton Oliveira

Março/2016

milton antonios
Enviado por milton antonios em 01/09/2016
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