MONOCROMÁTICO

Cinzas caem do céu

Desbotando as flores

Do meu plácido jardim

Sufocando o canto

Dos pássaros ao entupir

Seus bicos seresteiros.

Cinzas caem do céu.

São resultado do inferno monocromático

Que arde dentro de mim.

Cinzas vão se acumulando,

Roubando as cores sãs da vida.

Flocos gris tóxicos digerem tudo ao meu redor

Embalando os sonhos violados

Feito parafina, casulo perpétuo

E cinzento para as cores vivas.