Vá Embora
Tire os punhos da minha testa,
Feche a boca e a fresta,
Engula a última sílaba rouca,
Trague como veneno de bar,
A nossa sombra sob o luar.
Rasgue nosso contrato,
Guarde seu verbo embaçado,
Mentindo amor em vários colos.
Leve o título de senhor,
Vá ser dono de outras Marias,
Vá sentir nas praças, as noites frias.
Limpe de suas unhas,
A pintura do meu rosto,
Retire do seu paladar,
Os prazeres do meu gosto.
Levante a voz só mais esta vez,
Ao me chamar de vagabunda, de rês,
Lance longe seus passos,
Vá embora!