Navio fantasma
Meu corpo é porto e rebentação de marolas
Minha mente é vela em mar de calmaria
Meu espírito vive em sepulcro
Meu trabalho é trabalho algum
Parece um cheiro de rum, esse marasmo
me convidando ao navio fantasma
Ho ho ho!
Lá vou eu como um corsário
abalroando o corpo alheio, por um prazer
a mente criativa, por uma tempestade
um espírito morto, por uma ressurreição
Como verdadeiro pirata assaltando o soldo de quem trabalha
pois não quero salário, quero lucro
Já me fiz morto na ponta da espada
e da bala de canhão
Vivo como morto-vivo
vendo-me como um puto