Navio fantasma

Meu corpo é porto e rebentação de marolas

Minha mente é vela em mar de calmaria

Meu espírito vive em sepulcro

Meu trabalho é trabalho algum

Parece um cheiro de rum, esse marasmo

me convidando ao navio fantasma

Ho ho ho!

Lá vou eu como um corsário

abalroando o corpo alheio, por um prazer

a mente criativa, por uma tempestade

um espírito morto, por uma ressurreição

Como verdadeiro pirata assaltando o soldo de quem trabalha

pois não quero salário, quero lucro

Já me fiz morto na ponta da espada

e da bala de canhão

Vivo como morto-vivo

vendo-me como um puto

Cassio Poeta Veloz
Enviado por Cassio Poeta Veloz em 31/08/2016
Reeditado em 14/09/2023
Código do texto: T5746167
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