Fortuitamente...

Aprecias as palavras desse poeta.

Do meu pomar, usufruis costumeiramente,

As minhas palavras são frutos da aurora,

Mas também são frutos do crepúsculo.

Fortuitamente, recorres a mim,

Como um guardador de palavras.

Contudo, a minha maleta de versos,

Deixa de ser apenas minha, ao me leres.

Então eu também sou um doador de palavras,

À suprir as tuas necessidades incontudentes,

Como incontudente é todo poeta desse mundo,

Abarcado por cifras, patrimônios e status quo.

Ofereço-te então uma miríade de versos,

Pois é o único presente que disponho.

Salvaguardo, assim, as palavras,

Do contragolpe dos materialistas,

Pois o reduto do verso é o reduto

Do não-monetário.

Fábio Pacheco
Enviado por Fábio Pacheco em 31/08/2016
Código do texto: T5746062
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