PÉS E CANELAS

 



ponho sebo nas canelas
que só acabam nos
pés de v
e
n
t
o
que
invento
em meu pensamento



canela é magrela
e pé de vento
não tem
chul
é
se
no pé
há chinela



há cera
até no pé
da orelha?
e o pé do olho
tem pé
de g
a
l
i
n
h
a
?
e na
cabeça
cabe e
ca
m
i
n
h
a

de piolho?



não confira
se é na testa
que se testa
uma cabeça
dura!



a chave
sumiu do molho
por isso não sei
se maracujá
de gaveta
é mais
enr
ru
g
a
d
o
que
o joelho



boca tem céu
quem enchem
de borboletas e estrelas
aos pés e ao âmago
da boca do
estô
m
a
g
o



a ponta
de cada braço
em torno do pescoço
cheio de osso
faz abr
a
ç
o



no meio
da barriga
dem um umbigo
cheio de
eg
o



mal articuladas
juntas podem
ter
g
o
t
a
s



cabeças não são ocas
quando nelas
se enfiam
cacos cacarecos
carecas macacos
cabelos ou só
meros
fia
p
o
s



razão e emoção...
das tripas
até o
cor
a
ç
ã
o



coração
de ferro
não enferruja
e faz com que
a amizade
fuja



pode haver
dor no cotovelo
força no calcanhar
e é preciso pelo
tornozelo
ter
z
e
l
o
para
a sujeira nele
não impregnar


 
a janela da alma
me colore
me ilumina
e por dentro anima



dois dedos
de prosa
dão uma mão
de poesia



palavras
enchem a cabeça
e saem pela boca
mas não enchem
bar
r
i
g
a
.
.
.
com palavras
amigas
tampo
nariz e ouvidos
às intrigas



há intriga
muito esforço
entrega e alma
em sangue
suor e
lág
r
i
m
a

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