Da Janela

E daqui vejo mar

E posso imaginá-lo

Mais profundo, mais áfrico

Mais aflito

Mar não é para gritá-lo

Mas ouvi-lo ao pé do ouvido

E ouço suas ondas quebrarem-se

Num leva e traz de sentidos

E daqui vejo o mar

E vejo o que imagino

Ser o mar e seu destino

Mais palpável, mais meu

Menos meu, mas salgado igual

E daqui vejo o mar

E posso não mais imaginá-lo

Ele aos meus olhos uma miragem

Um rebento aquoso

Um imenso aquário

Mas se o mar não existe

Parte de mim é secura

Um medo que não imagino

Milton Oliveira

Julho/2016

milton antonios
Enviado por milton antonios em 30/08/2016
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