A Bússola e o Coração

Queria não ter que dizer

Das coisas que não conheço

(são muitas)

Como o andar sério das formigas

Como as coisas que rondam o amor

Desse mundo vasto, não familiar

A opulência dessas misérias

E de outras coisas não gratas

Queria não ter que olhar

Para as coisas entristecidas

(são demais)

Como gente revirando lixeiras

Como o silêncio diante da maldade

E vamos indo pelas ruas da cidade

Sempre com pressa, sempre assustados

Sempre com desdém às flores no jardim

Queria não ter que sentir

Abraço descompromissado

( são vários)

Como pessoas desinteressantes

Como pessoas impessoais

E não vou falar de saudade

De risos contidos, de penas

De verdades absolutas, de choro

Meu coração ainda é minha bússola

Meu esteio, meu campo largo

Milton Oliveira

Dezembro/2015

milton antonios
Enviado por milton antonios em 30/08/2016
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