PALHAÇO ABÚLICO

Este estranho estado de felicidade.

Destituído palhaço monocromático

Eu ganho sublimes cores e flutuo.

Deixo de ser estúpido abúlico.

E caio na vertigem de sorrir

O sorriso contido por toda uma vida.

Volto a ser palhaço público

De ressurrectos apetrechos de plástico

E dentes escancarados aos alheios tristes.

Volto ao picadeiro livre de toda apatia,

De toda melancolia, regresso a origem.

O Leão me deu sua juba de felicidade.