Do Contraste
E é noite, então! vê-se o que não se via
pelo olhar do dia...pela solar visão
que, num cego clarão, o contraste escondia
porque nele veria como seus olhos são.
É tempo de nitidez...de contraste final...
da cor do bem ou do mal; não mais tons de talvez;
não mais a terceira tez numa penumbra tal
que fez, nesse ser dual, dois polos serem três.
A luz serve-se do breu como do não, o sim...
como o bom do ruim...como o apogeu,
após o ápice seu, é servidor do fim.
E como é assim que um bom cego ateu
serve-se do que não creu para se crer, enfim;
creio servir a mim, crendo que eu não sou eu.
Torre Três
29-08-2016