PARECE-ME
Parece-me que a verdade acredita na mentira
Consoante estratagemas do ócio sobre a luta
Que incorpora retalhos dos detalhes previstos
Nas manifestações ocas da realidade inócua…
Perece-me que os sonhos não creem no destino
Visto que se vestem de farrapos ante a riqueza
Que pulveriza as paupérrimas acepções da vida
E descrevem alfarrábios sem o labor da escrita.
Parece-me que o mar desconfia de suas ondas
Uma vez que se quebram perante finas rochas
E ensaboam a areia de uma espuma azeda e fria
Catalisadora das dunas que tragam tempestades.
Parece-me a vigília dorme e o sono é o produtor
De um dialeto que comunica a simetria do tempo!
DE Ivan de Oliveira Melo