LADEIRA ABAIXO

LADEIRA ABAIXO

A cada gole de café

Um verso a menos

Um pensamento a mais

Uma ilusão em poesia

Que ladeira abaixo

Desfaz-se apodrecida

Pelo íntimo um átimo

Por mãos empedernidas

Imóveis pelo tempo

Que o vento lá fora carrega

Pelo frio que imobiliza

Pelas folhas secas e mortas

Em vida que se esvai

E enterra o que se escreve

Na vala da comum desimportância

Num horizonte inexistente

Sem afagos de amor

Sem fogo de paixão

Sem beleza inspiradora

Sem sinais de inspiração

Apenas penas em mais um dia

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 27/08/2016
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