LADEIRA ABAIXO
LADEIRA ABAIXO
A cada gole de café
Um verso a menos
Um pensamento a mais
Uma ilusão em poesia
Que ladeira abaixo
Desfaz-se apodrecida
Pelo íntimo um átimo
Por mãos empedernidas
Imóveis pelo tempo
Que o vento lá fora carrega
Pelo frio que imobiliza
Pelas folhas secas e mortas
Em vida que se esvai
E enterra o que se escreve
Na vala da comum desimportância
Num horizonte inexistente
Sem afagos de amor
Sem fogo de paixão
Sem beleza inspiradora
Sem sinais de inspiração
Apenas penas em mais um dia