COISAS QUEBRADAS

Pouso final no pires

Píer de descarte da xícara

De asa quebrada

Sem outro voo à boca.

Filhote ferido de porcelana

Só chegará ao ninho dos lábios

Pela paciente solidariedade

De mãos em oração côncava,

Em favor, à adversidade.

Mas, pobre da xícara, na vida,

Não há paciência para as coisas quebradas,

Teu último abrigo certamente será o lixo.

Quem mandou quebrar sua asa,

Sua utilidade, e matar teu elegante voo

À boca que descaradamente a usou.