A negra dalia flor.
A dália, a negra flor que brotou em meu Jardim
Desabrochou ao orvalhar do amanhecer
E ao ser tocada pelo sol,
Manchou-se de branco.
Já não é mais negra, nem branca,
Fora manchada, perdeu sua essência,
O vento apático ao seu novo estado a rejeitou
E o sol freneticamente continuou manchando.
Sua alma clamou por socorro,
A mãe natureza se compadeceu,
A chuva veio e pingou em suas pétalas,
Gotas de esperança.
A negra, manchada de branco, dália a flor,
Ficou dourada!
O beija flor veio e sugou seu néctar,
Purpurinou-se em seu pólen.
O vento veio e dilacerou suas pétalas,
O pobre pássaro assustado,
Voou contra o vento,
espalhando o pólen no Jardim.
Um caule sem pétalas e sem cor
Que um dia fora uma rara e linda flor, murchou.
Hoje germinou em meu Jardim
Dálias: rosas, brancas, vermelhas e amarelas.
Mas aquela dália negra flor,
jamais esquecerei!
Ela vive em mim,
a flor sou eu.