A negra dalia flor.

A dália, a negra flor que brotou em meu Jardim

Desabrochou ao orvalhar do amanhecer

E ao ser tocada pelo sol,

Manchou-se de branco.

Já não é mais negra, nem branca,

Fora manchada, perdeu sua essência,

O vento apático ao seu novo estado a rejeitou

E o sol freneticamente continuou manchando.

Sua alma clamou por socorro,

A mãe natureza se compadeceu,

A chuva veio e pingou em suas pétalas,

Gotas de esperança.

A negra, manchada de branco, dália a flor,

Ficou dourada!

O beija flor veio e sugou seu néctar,

Purpurinou-se em seu pólen.

O vento veio e dilacerou suas pétalas,

O pobre pássaro assustado,

Voou contra o vento,

espalhando o pólen no Jardim.

Um caule sem pétalas e sem cor

Que um dia fora uma rara e linda flor, murchou.

Hoje germinou em meu Jardim

Dálias: rosas, brancas, vermelhas e amarelas.

Mas aquela dália negra flor,

jamais esquecerei!

Ela vive em mim,

a flor sou eu.

Dália Feitosa
Enviado por Dália Feitosa em 25/08/2016
Reeditado em 19/09/2016
Código do texto: T5740067
Classificação de conteúdo: seguro