Horas mortas na noite do tempo
Nas horas mortas em que vago no silêncio eterno da minha alma
As minhas lágrimas derramam-se grossas marcando minha face esquálida
O vento açoita meu corpo e corta minha carne
Navalha incisiva e feroz
Vida vazia, tudo secou , descoloriu...
Sorriso sem dentes
Árvores sem folhas
Triste mandacaru que não dá sombra nem encosto
No vasto deserto de almas errantes
O tormento se faz presente
Arrastando correntes
Grilhões que não se partem
Soluços de dor
O frio se faz companheiro cruel de jornada
Não encontro pouso
Não vejo o farol
Apenas o medo me ronda
O abismo me chama
Não o encaro, não quero ouvir sua voz
Mas ele grita meu nome...corro...
Sinto o desejo profano na noite desesperada
A febre me faz delirar
Viajo na noite do tempo
Monstros internos me empurram para meus buracos negros
É o mal personificado que se faz presente nas horas mortas da minha agonia
Minha alma silencia no mais completo pavor
Lágrimas frias, lágrimas letais descem e corroem meu corpo que agoniza
Lá fora a fria ordem
Cá dentro o caos