Horas mortas na noite do tempo

Nas horas mortas em que vago no silêncio eterno da minha alma

As minhas lágrimas derramam-se grossas marcando minha face esquálida

O vento açoita meu corpo e corta minha carne

Navalha incisiva e feroz

Vida vazia, tudo secou , descoloriu...

Sorriso sem dentes

Árvores sem folhas

Triste mandacaru que não dá sombra nem encosto

No vasto deserto de almas errantes

O tormento se faz presente

Arrastando correntes

Grilhões que não se partem

Soluços de dor

O frio se faz companheiro cruel de jornada

Não encontro pouso

Não vejo o farol

Apenas o medo me ronda

O abismo me chama

Não o encaro, não quero ouvir sua voz

Mas ele grita meu nome...corro...

Sinto o desejo profano na noite desesperada

A febre me faz delirar

Viajo na noite do tempo

Monstros internos me empurram para meus buracos negros

É o mal personificado que se faz presente nas horas mortas da minha agonia

Minha alma silencia no mais completo pavor

Lágrimas frias, lágrimas letais descem e corroem meu corpo que agoniza

Lá fora a fria ordem

Cá dentro o caos

Carla Neumann
Enviado por Carla Neumann em 24/08/2016
Reeditado em 24/08/2016
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