A espera do sono.
O canal é estreito.
Estreito são os sonhos.
A distância é longa.
Os sonhos são passatempos da memória.
Existe um abismo entre o (eu) e a carne.
A carne pesa.
A alma levita.
A carne vestida.
A alma despida.
Crua. Fria.
Nua sob a lua.
Nuances bicolor de pele.
Almas...
Olhos faiscando na escuridão.
Faísca de sentimentos.
Dentre o breu surge um clarão.
Vento nos trópicos carnais.
Solidão á venda.
Á troco por sorrisos sinceros;
Uma conversa sobre qualquer coisa.
Não é possível saber sobre todas elas.
Conte-me uma parábola.
Diga-me qualquer coisa.
Só não se cale.
Recite um poema.
Cante uma canção.
Xingue um palavrão.
Só não vale o naufrágio sepulcral do silêncio.