Exercício poético VI
 

Escrita entre versos interacção com um poema de Florbela Lourenço
 
Não precisas!
 
"Não precisas falar!
Dá-me a tua mão!
Olha-me nos olhos!
Fala-me com o coração!... "
 

No silêncio declamo em ti saudade
Abundância da solidão ausente
Alma dormente, dor de verdade
Estou, sou, faço-me em ti presente!

 
"Não precisas explicar!
Tudo está explicado!
Não precisas dizer o que os olhos não conseguem esconder!
E a razão se recusa a responder! "
 

Entre as sombras do teu dia
A luz que as tuas noites devoram
És verbo, palavra, sorte e poesia,
Sonhos que em ti se demoram!

 
"És o princípio e o fim de um amor puro e único!
És a vida que começa!
És o começo de uma vida!
Que convida a viver sem pressa! "
 

És vontade, desejo e magia,
És silêncio, cansaço e fadiga,
És perfeitamente mulher,
Tudo o que de ti eu souber!

 
"Não precisas falar!
Só precisas de me acarinhar com o teu olhar meigo e carinhoso!
Só precisas de me deslumbrar com esse jeito doce e gostoso! "
 

Nem luz, nem silêncio, nem toque, nem afago
Tudo se resume à sintonia da alma, na calma
Arrebatadora do ver e olhar-te nesse mar!

 
"E eu retribuo esse olhar!
Com a promessa que de ti sempre irei  gostar!
E sem nada falar te digo que és o início e o fim do meu  amar!"
 

És meu mundo, minha terra, meu mar,
És meu tudo, meu silêncio, meu declamar,
És a perfeita conjugação do verbo Amar!

 
"Florbela Lourenço"
& Alberto Cuddel
Florbela Lourenço e Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 22/08/2016
Código do texto: T5736330
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