contemplação
o rio empurrava
o vento com cheiro de maré.
estalavam palmas,
as jussarras,
como a acenar para nuvens
em procissão.
lá pro ocidente
algumas se amontoavam
em reunião
festejava,
na tarde alaranjada,
um colorido varal,
no ar, perfume de lavanda
ria hegemonia
da cadeira balançando
na varanda
uma senhora
engarrafava momentos,
como se o tempo
estivesse disposto
a esperar
introspectivamente,
se detinha
em cada folha que caia.
no chão,
em cada sombra
que surgia
nada,
nada daquele
olhos,
se perdia
o vivo quadro,
naquele tempo,
que eu não entendia,
na verdade
embriagava
aquela senhora,
de poesia.
*x*Poesia; minha palavra preferida*x*