feitura
quando vago
nas membranas da noite,
a pescaria
o poema erguido massetando
a matéria
com a linguagem, peixe, redes
infinitas que se deitam no assombro
das águas, pequenos nacos de solidão,
e o poema sendo gerado, por um suspiro
um adentramento no imperecível, nada
se perde nesse lado das coisas, tudo é
possível de juntar, o sentimento é deslocado
para uma inexistente imagem, desprovida de
seu susto nascedouro, pequenos gestos com
as letras, algumas palavras, e toda uma corporação
de estrelas aprendem a falar, a dizer o que antes
era lodo sob a pele do mistério