feitura

quando vago

nas membranas da noite,

a pescaria

o poema erguido massetando

a matéria

com a linguagem, peixe, redes

infinitas que se deitam no assombro

das águas, pequenos nacos de solidão,

e o poema sendo gerado, por um suspiro

um adentramento no imperecível, nada

se perde nesse lado das coisas, tudo é

possível de juntar, o sentimento é deslocado

para uma inexistente imagem, desprovida de

seu susto nascedouro, pequenos gestos com

as letras, algumas palavras, e toda uma corporação

de estrelas aprendem a falar, a dizer o que antes

era lodo sob a pele do mistério

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 20/08/2016
Código do texto: T5734798
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