Demônios

Espreitam através de meus olhos,
deturpam todos sentimentos,
desvirtuam a vil existência,
contaminam a carne trêmula,
tornam a consciência mouca.
Guiam meus passos a um não-sei-que de absurdo,
meus pobres demônios, forças propulsoras,
que direi a eles quando dominarem minha voz?
que direi a Deus?
Haverão ruídos do meu oco,
pobres demônios anônimos, insignificantes,
bastardas criaturas resfolegando na imundície.
Entrego-me aos seus cânticos torpes.
O que fui se não um pobre demônio?
Ousei fingir ser anjo alado, eram asas falsas, não posso voar.
As alturas me causam espasmos,
nasci para a miséria,
pobres demônios que criaram raízes em minha alma,
uma vez no inferno não há saída, chafurdemos na lama,
gozamos da glória em sermos malditos
propagando a desordem, cultivando o ódio, manchando a beleza
desse mundo submerso em purezas vãs.
Larissa Prado
Enviado por Larissa Prado em 20/08/2016
Reeditado em 28/10/2016
Código do texto: T5734258
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.