880 Falso Anjo
Falso Anjo
Entrou pelo basculante aberto.
Lindo. Alado. Irisado.
Forma angelical encantadora.
Pousou.
Foi despindo a fantasia.
Tirou as asas.
Revelou-se.
Monstrengo!
Parecia o próprio demônio.
Estava pronto para devorar todos os móveis do quarto.
Desencantei-me.
Peguei o inseticida e o borrifei.
Estava morto.
Pobre maldito cupim!
Foi anjo. Foi demônio.
Estava para sempre inerte pela Deusa Morte.
Nardo Leo Lisbôa
Barbacena, 04/12/2000
Caderno: Poesia Efervescente.