ÁGUAS PARADAS

Quebrou-se o olhar

Acabou-se a ilusão.

Meu coração

Embarcou no cais

Da solidão

Atado a grilhões

De esquecimento.

Numa cela apertada

Quase nem batia.

Navegou em águas paradas

De morosidade e monotonia.

Depois de singrar

A eternidade de uma vida

Atracou atrofiado

Ainda cativo

Na baía da agonia.