Estagnando

Solte minha mão

Cairei no infinito do céu

Gargalhadas das minhas lágrimas

A falta do oitavo dia me consome

Estou consumindo meus restos

Arranquei de mim os laranjais

Tenho cultivado limoeiros

Aquele quadrado perfeito me expulsa

Nem a escuridão e nem a luz detêm

A solidão vicia traiçoeiramente

Quanto mais sem tem, mais se quer

Estou tentando uma estupidez menor

Para quê meu corpo se te dou minha alma?

Não é minha alma que importa...

Importa uma boca que comporte um passe

Guardei o bilhete do bonde, não é lindo?

Quer coisa mais suave na monstruosidade?

Os dias não são as noites, não as desejadas

As labaredas do inferno estão congelando

É realmente caudaloso o choro

Amargo como a última palavra que não se pode mudar

Não é brincadeira, é fato, fato antigo e comprovado

Não haverá mudança alguma

O mesmo final daquela coisa imensa

Sabe o segundo lugar? Então, é ele...

Poderia ter sido, não foi e sem chance de ser

Para que a tormenta seja maior adiantou-se:

-Poderia ter sido!

Solte minha mão...