PLATÔNIO QUER A FLOR 4

PLATÔNIO QUER A FLOR 4

O que quer que tenha acontecido

tenho ouvido a chuva a tarde inteira

gotas de sol me iludindo num raio

de frestas galhos folhas Flamboyant

gotas de sangue num colorido perverso

de uma felicidade que nada me abraça

tempo querendo me ter

por esquecido por idólatra

por isso traindo por não ser

este que posa de "morto das avenidas"

talvez de algo estranho ainda

outra vez nada insólito tudo selvagem

personagens reconhecem

a dor do homem marginal

perdido expulso caracteristico

de se ter pena

devo ter exagerado devo a mim

mesmo o que vier p'ra ser um mal

preciso do calor mais do que do frio

eu busco este calor que foge

"quando me deito entre os jornais

de ontem de amanhã de hoje"

percebendo o vento num assovio

violento rasgando minha manta

tragando minha esperança

que não abre porque não abre

uma veneziana de aberturas

cruamente antigas

porque intriga meu coração

a "antiga" supera a voz do presente

é a severa escuridão da verdade

que pretendo amar

sofrimento de vendas

a sina da emoção oferece

um caminho abismal

fumaça dos meus lábios

voa ecoa como garoa

por ser tão frágil

seja simples como sereno

seja um motivo fácil

compre o ingresso deste teatro

peça que abre aos gritos

da loucura fanática

queremos ver a princesa

estamos suplicando aos Deuses

pelo visto os Deuses não estão chorando!

MÚSICA DE LEITURA: LAUTIMUSIK - Tree imaginary

João Marcelo Pacheco
Enviado por João Marcelo Pacheco em 18/08/2016
Código do texto: T5731765
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