PLATÔNIO QUER A FLOR 4
PLATÔNIO QUER A FLOR 4
O que quer que tenha acontecido
tenho ouvido a chuva a tarde inteira
gotas de sol me iludindo num raio
de frestas galhos folhas Flamboyant
gotas de sangue num colorido perverso
de uma felicidade que nada me abraça
tempo querendo me ter
por esquecido por idólatra
por isso traindo por não ser
este que posa de "morto das avenidas"
talvez de algo estranho ainda
outra vez nada insólito tudo selvagem
personagens reconhecem
a dor do homem marginal
perdido expulso caracteristico
de se ter pena
devo ter exagerado devo a mim
mesmo o que vier p'ra ser um mal
preciso do calor mais do que do frio
eu busco este calor que foge
"quando me deito entre os jornais
de ontem de amanhã de hoje"
percebendo o vento num assovio
violento rasgando minha manta
tragando minha esperança
que não abre porque não abre
uma veneziana de aberturas
cruamente antigas
porque intriga meu coração
a "antiga" supera a voz do presente
é a severa escuridão da verdade
que pretendo amar
sofrimento de vendas
a sina da emoção oferece
um caminho abismal
fumaça dos meus lábios
voa ecoa como garoa
por ser tão frágil
seja simples como sereno
seja um motivo fácil
compre o ingresso deste teatro
peça que abre aos gritos
da loucura fanática
queremos ver a princesa
estamos suplicando aos Deuses
pelo visto os Deuses não estão chorando!
MÚSICA DE LEITURA: LAUTIMUSIK - Tree imaginary