Trauma de Guerra
Um mar de morros
Surge no horizonte
Meus olhos não aceitam que estão cobertos apenas de árvores e neblina
Vão projetando nele prédios, casas e barracos.
Os músculos do pescoço enrijecem, ficam duros como concreto
Os mesmos olhos, míopes e velhos, coçam,
Ardem.
O coração acelera
E a adrenalina começa a jorrar pelos músculos
Que, alertas, desejam o combate.
O cheiro de lixo, suor, esgoto e fumaça queimam o meu nariz
Não existe paz
Não existe retiro
Não existe momento
Existe apenas a raiva, o ódio e o tormento.
Carros que voam
Pessoas que voam
Tempo que voa
Vida que voa