Poética

Ah, poesia

Salve-me das musas descrentes

Do seu encanto mais simples

Faça-me fiel as suas noites sem sono

Dos seus dias sem sol

Amplie-me até as linhas do horizonte finito

E que meu infinito esteja desenhado em suas mãos

Faça-me sonhar mesmo que meus olhos estejam turvos

Faça dos meus ouvidos ouvintes

Dos seus cantos mais abstratos

Ah, poesia

Traga-me as palavras mais bonitas

E que eu faça delas um presente sublime e terno

Que eu seja seu servo liberto

Diga-me das horas onde a felicidade

Se traduz em passeios entre a lua e os devaneios

Dê-me o nome de todas as cores

Seja minha companheira na alegria e nas dores de amor

Nos momentos indisfarçáveis do ócio

Glorioso e fugaz

Ah, poesia

Faça de mim um verso qualquer

Entre o fim e o começo

Entre a loucura e a beleza

Milton Oliveira

milton antonios
Enviado por milton antonios em 15/08/2016
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