a tarde

a tarde

esmurrada

pelo peso

de tantas vozes,

vozes da entranhas

do mundo, vozes que

já dera de cara

com tardes

que no corpo come

as pernas

que andam nas lâmpadas

amor,

que linda teu sono

não durmo como tu

mas durmo da minha maneira

estraçalhada ( é da tarde que volto

a falar,

que vejo pelas janelas de vidros

que suas cortinas de plásticos

que mais rebela

que esconde o desejo

a tarde emborca

se impõe à janela

diferente

da moça

do manuscrito

que passa quando quer.

entre um

raio de vida

e outro de desejo,

derreter o medo,

corta-lo

ficar com a tarde e menina

(que passa quando quer)

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 15/08/2016
Código do texto: T5729303
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