POESIA NO DEDAL

Boas maneiras

Respeito aos canastrões

E às chaleiras

* * *

Escutei meu grito

na surdez desatenta

do aflito

* * *

Para essa horda

cada pescoço

uma corda

* * *

É quase uma regra:

a moral, com o tempo,

se desintegra

* * *

Inevitável.

A vida é grave

e irremediável

* * *

Aumenta o horror

com inveja

da tua dor

* * *

Pulverulenta e bisonha

natureza morta

de vergonha

* * *

Por mais que me desbrave

só portas bem fechadas

sem a chave

* * *

Ásia com azia

não é um mal em si.

Eu não sabia.

* * *

No baile dos desmascarados

dançam penosa quadrilha

coxinhas e encoxados

* * *

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Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 15/08/2016
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