CACOS DE MIM

A chuva ainda é interna.

O mar da alma está agitado

Vazando pelos olhos sem represa.

Sem espera estes cacos liquefeitos de mim

Chovem do alto dos meus olhos

Embalados nas ilusões flácidas

Das minhas lágrimas deformadas e ácidas.

Caem cacos ferindo os meus pés calejados

Do lado de dentro a alma em ruínas

Está se desfazendo, liquefazendo os escombros

Reajustando o ambiente de constantes assombros

Removendo velhas estruturas para erguer o novo

Este penar de necessária mudança de sobrevivência

Demanda um tempo impreciso para se concluir

Custa a passar e enxugar a enxurrada de cacos dos olhos.