espaço

no ombro,

esse que segura

dos anos, sua passagem

, que ensacola

os detritos de uma vida de bosta,

a noite, com sua guelra

de fome e ausência, estica

sua língua saliente,

mas quem importa

se as 12 horas desse

domingo, imagens poéticas

passeiam nas praças? se

a dureza mais impactante

é esse mundo que está

posto morda quem doer?

fazer do dia um poça de

gasolina, esfregar lhe na

cintura do fogo não é coisa

de gente bem educado, mas

o homem que não somos

pede espaço nessa terra

feita nos gabinetes dos

bem treinados,

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 14/08/2016
Código do texto: T5728193
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