VÉU DE NOIVA
Espumas brancas
Véu de noiva
Thiago Lucarini
Espumas brancas
Costuradas pela Delicadeza.
Contas peroladas do orvalho
Da manhã única a enfeitar
A cabeça das flores.
O véu cai das nuvens
Feito cachoeira
Em cascata
Sublime e puro
Velando o oculto
Desejo dos anjos
O segredo inconfesso
Da bruma das fadas.
O véu vindo do alto
Acumula-se pelo chão
Como neve no inverno,
Mas não traz frio,
Pelo contrário, é sábio
Véu de noiva é calor,
Força e sagrada união.
Sutileza de rendas e bordados.
Enfeita a noiva natural
Com candura e perfeição
E desinquieta o coração.
Véu de noiva que vela
A mulher rumo ao altar
Em composição inédita
Harmoniza a sincronia
No tempo certo do amor
E nos últimos passos
Revela a noiva emocionada
Que possui sua própria
Cascata bordada de lágrimas
Nos olhos e na alva alma.
Ah, véu de noiva
Toda beleza que acoberta
E desvela para mostrar
Um véu ainda mais puro
Este bordado em rostos felizes
Pelo momento de amor sagrado.
Ah, véu e noiva. Quem pode negar
Que foram feitos um para o outro?