Gotas de você
Vejo as gotas de chuva escoando pelos dedos,
pela palma da tua mão.
Na trama de teu pensamento,
as observo competir, pelo parabrisas do carro,
sinto tudo já tão raro.
Sintonia com você.
Percebo o claro dos teus olhos
passeando sobre mim,
enquanto imagino o “se”.
E se... e, talvez “se”... por que não?
o “se” que nos impede
o “se” que nos bloqueia
Não há como saber, se não corrermos o risco
Aí vem o “se”, AGAIN!
Dois minutos!
Dois minutos para que?
Queria poder entender,
e também poder manter, o teu olhar sobre o meu.
Dois minutos para que?
Para não deixar que vá embora?
Ou seria “dois minutos” só o tempo da demora,
tempo que eu suportaria
até provar os lábios teus.
E as gotas continuam,
correndo como crianças,
rolando pela ladeira.
Suaves como tua voz,
ligeiras... teu pensamento.
Translúcidas como o vento,
o mesmo que me traz teu cheiro.
Que entra e, desordeiro
bagunça meu coração!
T.C.R
Primavera de 2005
P.S.: Esta poesia teve seu título alterado por uma questão de auto preservação. Nem tão "auto" assim mas, essencialmente por respeito à fonte de sua inspiração.