Breve história de um poema nunca escrito

Eu perambulava pela Pedro Celestino e nada me socorria. Endoidava só. Doía em mim todo o mundo. O motivo? Pensava estar desconforme.

Desconfiei então. Era desassossego de algum verso querendo me possuir. O antídoto era fácil e farto. Tomei jurubeba no Ferreira. Joguei sinuca no Abrão. Dancei no Chaplin. Beijei a menina no Drinks Bar. Exausto, dormi na rua. Dei me por satisfeito. Não houve nem lirismo nem poema. O rio em seu leito corria em paz bolinando as margens.

Gilberto Ricardi
Enviado por Gilberto Ricardi em 10/08/2016
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