PRECISO PRECISAR POESIA
Eu tenho guardado em mim objetos que nunca chegarão a ser poesia, são seres inanimados sem função ou serventia. Eu tenho esses objetos mas eles não são meus, são coisas vivas espalhadas na vastidão harmônica do silêncio à custo inventado. Eles oferecem-me gratuitamente a compreensão das forças contraditórias e complementares do que me faz completo quando vazio me encontro como se estendido na praia distante dos meus pensamentos. Eu sei que um novo tempo nos circunda chegando, sei disso com a mesma certeza de nunca ter vivido, sei porque o novo sempre vem e com ele o alento que chega na maturidade de não mais precisar nem fazer poesia.
Baltazar