Um Índio não Chora
Aconteceu á muito tempo...
Sentir o cheiro da terra molhada...
O sal nos lábios e o sabor das flores...
As águas das correntes chuvas...
O cheiro das matas secas...
E a lenha queimando nas fogueiras...
Cobertor nos frios do entardecer...
O cavalo pastando a liberdade...
Nas gramas dos campos banhadas pelas graças da lua...
No couro as pinturas do sol e lua...
Minguante e cheia...
Montanhas...
E o ser estranho...
Pensante...
Longe de ser o todo...
Apenas um visitante...
Vivente e sem nova semente a crescer...
Que destrói...
E se vai antes das consequências...
A terra chora no sangue da vida derramada...
Pela cruel guerra por terras de ninguém...
Um povo extinto...
Consumido pelo ar dos seus gritos...
Um índio não chora...
Sua vida é transcendente de seu verdadeiro ser...
Será uma rocha no novo amanhecer...