Um Índio não Chora

Aconteceu á muito tempo...

Sentir o cheiro da terra molhada...

O sal nos lábios e o sabor das flores...

As águas das correntes chuvas...

O cheiro das matas secas...

E a lenha queimando nas fogueiras...

Cobertor nos frios do entardecer...

O cavalo pastando a liberdade...

Nas gramas dos campos banhadas pelas graças da lua...

No couro as pinturas do sol e lua...

Minguante e cheia...

Montanhas...

E o ser estranho...

Pensante...

Longe de ser o todo...

Apenas um visitante...

Vivente e sem nova semente a crescer...

Que destrói...

E se vai antes das consequências...

A terra chora no sangue da vida derramada...

Pela cruel guerra por terras de ninguém...

Um povo extinto...

Consumido pelo ar dos seus gritos...

Um índio não chora...

Sua vida é transcendente de seu verdadeiro ser...

Será uma rocha no novo amanhecer...

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 09/08/2016
Código do texto: T5723658
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