Observação

Não sei de qual tempo me preservo

A qual tempo sirvo

Mas observo a vida e a não vida

Das coisas que me cercam

Há um tempo certo para brotar

Há um tempo certo para colher

Mas não há um tempo certo para amar

Amar transcende o óbvio

Não sei qual a razão de muita coisa

Nem sei de tantas coisas

Mas observo o valor dos objetos

Muitas vezes muito maior que dos objetivos

Há um vento que leva as sementes

Há um vento que semeia as sementes

Mas não um vento que ajude a voar

Quem não sabe voar

Voar é coisa de poetas, de imaginários

Não sei de qual futuro fui feito

De qual passado venho

Mas observo com meu coração o presente

Invento mundos mais tranqüilos e sonoros

Há uma sede de saber viver em paz

Há uma sede de beber ilusões

Mas não há uma sede de perdões

E a vida vai passando em seu andor

Pena que muitos são descrentes.

Milton Oliveira

Março/2016

milton antonios
Enviado por milton antonios em 09/08/2016
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