INVERNO

Minha solitária alma glacial congelou

Estive pelos pólos por tempo demais.

Meu coração com força sobre-humana

Bombeia rios de gelos nas veias sem sol.

Da minha respiração saem brancas nevascas

Dos olhos pendem estalactites límpidas,

Frias e pontiagudas, de lágrimas empedradas,

Da minha boca fluem pálidos cristais de gelo.

Bato queixo, tremo exaustivamente sem utopia

Na busca de alguma produção de agradável calor,

Mas é inútil, a última chama há muito se apagou

Resta-me ser duro inverno sem uma gota de amor.